Paralisação
Primeiro dia de greve dos rodoviários tem reflexos iniciais em Pelotas
Serviço de vans tem suprido emergencialmente a demanda na cidade
Gabriel Huth -
Atualizada às 18h46min
Paradas vazias, atraso e reivindicação de direitos: começou em Pelotas mais uma greve dos trabalhadores do transporte rodoviário da cidade. O primeiro dia de paralisação teve trânsito caótico e medidas emergenciais às vésperas do Natal. A prefeitura autorizou vans escolares a prestarem o serviço pelas principais vias da cidade.
A greve foi deflagrada em reunião ocorrida na noite da quinta-feira (20), ao ser apresentada reivindicação pelo dobro do reajuste estipulado no mês passado. O Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) concedeu aos trabalhadores 4% de aumento, cobrindo a inflação do ano. O pedido dos funcionários é de outros 4%, para que haja ganho real. Há também o pedido pela criação de um plano de saúde para a categoria.
A negociação virou impasse no mês passado, quando a tarifa do ônibus passou de R$ 3,35 para R$ 3,70 em Pelotas. De acordo com os trabalhadores, os empresários não repassaram um valor justo tendo em vista o reajuste profundo na passagem. Por outro lado, o consórcio argumenta que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas (STTRP) não compareceu à reuniões importantes, como na última quarta-feira, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Na manhã de ontem, o secretário-executivo do CTCP, Enoc Guimarães, afirmou ao Diário Popular que uma ação havia sido movida no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sob o argumento de que tal não-comparecimento dos trabalhadores daria caráter de ilegal à greve.
Também à reportagem, o presidente do STTRP, Claudiomiro Amaral, justificou que a ausência se deu por uma confusão relacionada ao horário em que o encontro estava marcado. “Além disso, cancelaram duas reuniões conosco. Nós estamos dispostos a negociar, eles que não parecem se importar com a mão de obra que garante o patrimônio que os empresários têm, nem com o transtorno que a população está passando”, disse, confirmando que não há nenhum ônibus circulando na cidade. Também não há uma data para nova rodada de negociações.
Transtorno
Em meio ao impasse, a população busca alternativas para inevitáveis deslocamenos em dias que são de trabalho, mas também de compras de Natal. A manicure Bruna Nogueira é uma das pelotenses que têm se visto nessa situação. Como atende em domicílios, ela normalmente já utiliza o transporte coletivo com frequência. Sem ônibus, foi obrigada a procurar outras formas, como caronas com amigos e gastar um pouco mais com motoristas por aplicativo e mototáxis. Até o meio-dia, ela já tinha ido da Guabiroba para o Centro e do Centro para a Cohab Tablada. “Tem sido horrível. É preciso contar com o bom senso dos clientes em relação aos atrasos.”
Na noite da quinta-feira (2), a Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) anunciou uma solução paliativa para que pessoas como Bruna consigam ir de um local a outro. Foram cadastradas pela prefeitura vans escolares para recolher passageiros e transitar entre as principais vias da cidade, sob o custo de R$ 3. Mas o próprio titular da pasta, Flávio Al Alam, reconhece que tem feito vista grossa para aqueles que por ventura queiram criar as próprias regras, com novos trajetos, diferentes preços e sem seguir um horário específico. “É uma situação emergencial”, justifica.
Proposta
Em reunião realizada na tarde de sexta-feira pela diretoria do sindicato decidiu que retorna imediatamete ao trabalho, caso a prefeita Paula Mascarenhas suspenda a vigência do decreto que determina o reajuste tarifário até o encerramento das negociações com os trabalhadores rodoviários.
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